Os assobios e palavrões assombram meus ouvidos pela rua,
Me deparo com uma risada masculina da minha expressão amedrontada
Se ignoro, não sou tão bonita assim pra ser cantada
Se fico indignada é porque não sei receber um elogio,
Feri o teu ego viril,
O meu “não” é piada
Quem mandou sair assim?
Pediu pra ser abusada
Na estatística mais uma mulher violentada,
Esquecida e julgada,
Mulher direita tem que se dar ao respeito
Não se exibe, nem dança até o chão
Apanha calada,
Afinal, não importa a sua dor reprimida,
Ela é culpada pela agressão,
Mais um feminicídio no mundo,
A mulher é acusada de tudo,
Menos protegida.
Lizy de Medeiros. Joinvilense. Compulsiva por arte.Gosta da intensidade como um batom vermelho.Escreve porque as palavras presas a sufocam.
Editado por Eduardo Quirino
